OS MAIORES DEFEITOS DA HD-883R

Por Fernando R. F. de Lima.
Fui um feliz proprietário de uma HD-883R
sportster até o final de agosto desde ano, quando me desfiz dela por outra
moto. Sobre a troca, vou comentar em outro texto específico, mas vou me dedicar
aqui a falar dos defeitos da HD-883R. Começo pelo primeiro deles: a presença de
um hodômetro. Harleys não deveriam ter hodômetros, porque este tipo de
instrumento serve apenas para te dizer quantos quilômetros você já percorreu. E
cá entre nós, sentado numa Harley, quem se importa com isso? Harleys não se
pilotam com o olho no hodômetro, mas na paisagem. A hora que chegamos, seja
onde for, o que importa é o caminho percorrido, não quantas horas ele durou,
nem quantos quilômetros foram percorridos. E isso me leva ao segundo defeito da
883.
Este defeito é relógio digital. Aquela coisa
incômoda no painel lembrando-nos de que o mundo não é feito só de paisagem,
vento e o ronco agradável dos dois cilindros se alternando. Um relógio é
praticamente uma heresia numa HD. Se eu fosse o dono da Harley Davidson,
proibiria a adição de relógios nestas máquinas. Quem tem pressa compra uma
Hayabusa ou uma CBR. Quem tem horário marcado, vai de scooter, táxi, ônibus,
carro, qualquer coisa, menos uma Harley. Harleys são para espíritos livres.
Neste sentido o relógio é um símbolo daquilo que queremos fugir. Se ao menos o
hodômetro marcasse errado e o relógio atrasasse, mas ambos funcionavam
perfeitamente bem.
Outro defeito grave de minha Harley era o
velocímetro. Pra que aquilo? Desde quando eu precisava saber a que velocidade
estava? Acho que poucas vezes excedi o limite de velocidade por mais de 5
minutos na estrada. Primeiro porque a posição para-quedas impede que se a gente
se mantenha acima de 120 km/h por muito tempo. Depois, porque não é este o
espírito: a ideia é passear, sem compromisso. Aceleradas mais fortes só na hora
de ultrapassar alguma coisa lenta, ou de deixar pra traz o tráfego.
Sobre outros detalhes que às vezes incomodam
os donos de sportsters, não nada a dizer. O tanque era pequeno? O suficiente
para duas horas de viagem em rodovia, tempo ideal para parar e esticar as
pernas. A manutenção era cara? Mais barata que a de um carro. Peças difíceis de
encontrar? Nunca tive problemas com reposição e o preço não era mais abusivo
que o de outras marcas. Por que vende-la então, pode me perguntar o leitor?
Porque tenho vontade de experimentar outras tocadas no mundo das motocicletas.
Na vida já me obrigo a ser fiel à minha esposa. Às motos e aos carros, minha
fidelidade tem o exato tamanho da minha carteira e de minha possibilidade de
trocar por algo diferente.
Além destes três defeitos, apesar de tudo,
perdoáveis, a HD 883 R é uma excelente motocicleta, sobretudo para aqueles que
querem uma máquina para passear. Um dia, quando puder ter mais do que uma moto,
vou tentar outra sportster, desta vez uma 1.200cc, preferencialmente como
segunda moto para os passeios de domingo (que ultimamente andam muito raros).
Outra coisa supérflua numa harley é a roda: essa merda só serve pro dono ficar olhando e mostrando pros outros...
ResponderExcluirse vc gostar de viajar vai de avião, de ônibus, afinal a harley é uma deusa que precisa de um altar; se sair de lá vai desmanchar de tanto quebrar. olha que eu tenho 42 anos de mecânica motociclística e tive harley, não sou boyzinho que sonha ter e quando consegue, idolatra essa merda.