OS PRIMEIROS 2500 KM NA HARLEY DAVIDSON 883 R SPORTSTER


Por Fernando R. F. de Lima.
Faz diz que venho tentando arrumar um tempo para atualizar o blog e trazer os relatos sobre os quilômetros passados com minha HD 883 R, desde que a comprei no dia 29 de fevereiro. Eu a comprei usada, ano 2008, com pouco mais de 9500 km. Neste dia 30 de março ela chegou aos 12 mil km, dos quais praticamente mil km foram feitos em estrada, numa viagem a São Paulo, pela Regis Bittencourt para assistir à Fórmula Indy.
Vou começar falando dos pontos negativos nesta convivência de 2,5 mil km. A suspensão traseira é o principal deles. Quando sozinho na moto, ela dá fim de curso somente nas variações mais acentuadas de piso, como por exemplo os desníveis na pista. Na estrada, contudo, em velocidades maiores, quando se pega um piso mal conservado, dá impressão que o pneu irá estourar por causa do fim de curso.
Outra característica, que não chega propriamente a ser um defeito, é que a moto é baixa o bastante para em curvas não tão acentuadas raspar o pé de apoio no chão, nas curvas para a esquerda, e alguma outra peça metálica nas curvas para a direita. Isso passa alguma insegurança na hora de contornar curvas em maior velocidade ou com maior inclinação, o que me faz ir mais devagar na estrada do que é realmente o potencial da moto.
Estes dois defeitos, porém, são largamente compensados pelas vantagens da moto. O torque abundante, disponível em qualquer faixa de rotação, é viciante. Girar o acelerador e ver a velocidade crescer sem engasgos muda nosso jeito de pilotar. Apesar de consumir muito mais que a Fazer que eu tinha, que fazia médias ao redor de 30 km/l, não a considero exatamente beberrona. Pegando congestionamentos, que compõem meus trajetos habituais, ela faz médias ao redor dos 18 km/l. Na estrada, rodando com alforjes laterais na faixa dos 110 km/l, na BR 116, ela fez sempre mais do 20 km/l, chegando a 21 km/l num dos abastecimentos. Num trecho em São Paulo, por vias expressas (Castelo Branco e Marginal Tietê, que somou quase 80 km), fiz minha melhor média, 24 km/l, rodando entre 70 e 90 km/h num trecho sem semáforos. 
Outra comparação possível, em relação a minha ex-250, com a qual fiz este mesmo trajeto, é que a viagem com a HD foi muito menos cansativa. Apesar da suspensão traseira, a trava de acelerador, que funciona como um controlador de velocidade, torna a pilotagem muito agradável. Além disso, não há qualquer stress ou apuro na hora de fazer uma ultrapassagem, o que nem sempre era verdade com a Fazer. Ainda há a possibilidade de deixar praticamente qualquer carro para trás se necessário numa retomada de velocidade ou na entrada na rodovia. Após os 400 km, eu sentia vontade de continuar por mais alguns, e apesar de sentir dores no final da lombar, não sentia nada nas pernas, sendo que com a Fazer meus joelhos e as costas ficaram doloridas.
Dentro da cidade a HD é estranhamente maleável, passando por praticamente todos os lugares que a Fazer passava. Minha conta no posto aumentou um tanto, quase 50%, mas ela ainda é mais barata que um carro para manter. Além disso, o seguro ficou (na minha opinião) um pechincha, apenas R$ 1300,00 para o meu perfil. A título de ilustração, o seguro do carro da minha esposa, um Prisma, ficaria mais caro que isso caso só eu fosse motorista, como é o caso da moto. Aliás, o do carro ficou o mesmo preço, apesar de eu ser apenas condutor ocasional.
Enfim, estes 2500 km com a moto me fizeram ficar ainda mais satisfeito com a moto do que eu estava quando a comprei. Ela tem se mostrado uma boa companheira tanto para a cidade quanto para a estrada, com apenas estes dois defeitos irritantes. Em altura de rodagem, não há o que ser feito. Quanto à suspensão, dizem que um par de amortecedores progressive suspention dá conta de resolver o problema. Vou testar quando tiver uma verba sobrando para fazer esta troca na moto.

Comentários

  1. Porque não instala um comando avançado na moça? As raspagens serão menores e as pernas ficarão mais esticadas. Caso te adapte a nova posição de pilotagem talvez isso resolva um dos "problemas". Com a troca dos amortecedores ela simplesmente ficará perfeita!
    Abraço

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  2. Apos ler seu texto fiquei ainda mais empolgado na compra da minha moto. Só estou na divida entre a R ou Iron ... Qual vc indica ?

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    1. Depende de você: as duas são a mesma moto, mas a R é mais barata e alta na configuração original. Se a aparência é importante, leve a Iron.

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  3. O problema do comando avançado é na hora de erguer-se para passar num quebra-mola. Coisa que no apoio original não acontece. Prefiro manter original e instalar um apoio para os pés tipo "protetor" de motor. Mas claro, só resolve a questão do conforto com a perna mais esticada, mas vai continuar raspando no chão. Estranho é que a minha 883R 2012 não raspa nada...
    Quanto aos amortecedores, também não trocaria. Basta regulá-los para uma posição mais rígida a fim de evitar o fim de curso e instalar um banco mais confortável (com molas, p. ex.) ou colocar uma almofada (que estou procurando pra minha 883R). Outra coisa que ajuda no conforto é reduzir a pressão do pneu traseiro. Em vez de 40 psi (de acordo com o manual), coloco 34 a 36.

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  4. Eu troquei o amortecedor da minha moto e ficou ainda pior a questão do raspar em curvas. Para o lado direito eu raspo o pé de apoio; no esquerdo, o escape. Tirando isso, os amortecedores a gás são muito melhores, porque amortecem nos dois sentidos (compressão e distensão) enquanto o original só amortece na compressão. O ganho em estabilidade foi grande. Em relação ao comando avançado, eu não troquei. Tampouco instalei o apoio para os pés. No fundo, foi uma questão de costume com a postura da moto. Obrigado pelos comentários.

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  5. ola: meu nome e vini. Estou em duvida si compro uma shadow 750 ou uma 883r
    Pois nao desponho de muita grana.ganho pouco mas de 2.000 por mes e tenho 15.000 pra dar de entrada.gosto mais da 883r mass tenho medo d manutencao cara.valel

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  6. Vini,

    Eu também estou com a mesma dúvida que você, Shadow ou 883R. Já estou com a grana na mão, mas estou reunindo o maior número de informações para finalizar a compra. Estou saindo de um trauma(roubaram minha XJ6N 2012 com pistola na cara e na cintura e com minha esposa na garupa) de uma naked e cair no mundo custom.

    Abç

    Wallace Schettini

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  7. Saudações motociclisticas a todos,tenho uma 883 R prata ,tirei zero em agosto na floripahd. To indo ate na padaria de harley,(fica a duas quadras),dor na lombar?tomo dorflex,raspar direita e esquerda?e dai?só não vão cair né?Quem ta na duvida entre uma 883 R e qualquer outra do mesmo valor,pense que quando tu se da conta que ta em cima duma harley a 180 com todas as tripas tremendo,tu vai dar um baita sorriso e passar pra 190,sem baixar marcha rsrsrsrs...

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  8. Érico - Ilha Solteira-SP19 de setembro de 2013 às 20:43

    Olá a todos... Aproveitando a deixa, alguém de vocês já pilotou shadow e 883 para relatar a diferença? Nunca fui muito fã do estilo custom, mas estou mudando de idéia pendendo para a HD...

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  9. Olá a tds.. tenho uma shadow 600 (2001), peguei com 19.400km... e estou quase pegando uma 883 (2008) com 15.000km, tenho que voltar uma grana, mas não muito.. Estou com medo sobre a manutenção da HD, apesar que a manutenção da shadow não é mto barata, mas tem peças similares q dão certo.. penso tbém na hr da revenda... mas Harley é Harley... e sobre o custo-benefício,.. o que me dizem?

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